24 setembro, 2010

O vôo eleitoral de 2010



Já havia feito uma reflexão sobre essa eleição presidencial: a não vinculação das candidaturas de Serra e Dilma a seus respectivos partidos. É notável a ausência das referências partidárias, do símbolos e da imagem tanto do PSDB quanto do PT. Boa parte dessa ausência se explica.

Por parte do PSDB, não querem facilitar a compreensão do eleitor em relacionar o candidato Serra ao PSDB. Análises e pesquisas devem indicar uma reação natural de reação negativa e rejeição por boa parte dos eleitores. A não ligação de Serra ao PSDB envolve o nítido afastamento. A análise da ausência do PT na campanha de Dilma envolvem mais aspcetos. Alguns simples outros mais complexos. A priori digamos que na campanha de Dilma o essencial é a ligação de Dilma a Lula e não ao PT. A desvinculação é antiga, Lula há tempos não expressa, não carrega consigo o simbolismo do PT. Muitas vezes inclusive atuou como "pretenso mediador" entre seu próprio partido e seu próprio governo. Pairava acima da Estrela. Aqueles que hoje dirigem o PT, corroboram com essa concepção: é necessário extrapolar os limites da imagem PT. A não vinculação direta permite manobras maiores, alianças estranhas, paradoxais a própria existência do partido.


Porém essa semana, o PSDB surge como nunca na campanha. Em um papel de feroz oposicionista ao PT, papel que sempre atuou, mesmo que as vezes de forma tacanha. Em vídeos vinculados pela internet (http://www1.folha.uol.com.br/poder/803166-psdb-coloca-na-internet-videos-que-ligam-dilma-aos-radicais-do-pt.shtml) o PSDB quer fazer aquilo que ele mesmo não faz: vincular Dilma, e Lula ao PT. Querem o que me parece impossível. Aliar dois movimentos complexos, em conjunto e em um prazo curto, eleitoralmente falando.

O primeiro aspecto é uma tentativa de satanização do PT, tal qual o "ocidente" em suas artimanhas midiáticas da guerra fria faziam em relação aos soviéticos. Tal tentativa se mostra mais complexa quando analisamos os números que indicam a preferencia dos eleitores ao PT como partido mais confiável (http://www.macroabc.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=553:pt-e-o-partido-preferido-da-populacao-brasileira-aponta-ibope&catid=1:isso-e-pt&Itemid=50) mesmo, diga-se de passagem, com as lambanças e deturpações realizadas pela sua direção.

Outros aspectro dificil de se imaginar é que o eleitorado faça tal relação entre Lula-Dilma-PT. Não é de interesse de Dilma, não é de interesse de Lula. E não farão nenhum esforço para proteger a imgem do partido.

Tudo isso é prejudicial a própria dinâmica eleitoral. A não identificação impede debates maiores, de questões programática, fazando um deslocamento do eixo central eleitoral para questões personalistas, e menores. A corrida eleitoral de 2010 ocorre em grandes altitudes, acima de qualquer tucano ou qualquer estrela, infelizmente.

Eduardo Freitas
Cientista Social

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Opinião

Que o PSDB ataque o PT, suas relações com os movimento sociais, seus militantes de esquerda e que para isso use os mais sórdidos métodos: tudo bem, nada até agora foi muito diferente disso! Mas é hora do PT, dizer que é PT! Ou estará aprondundando o caminho de perda de identidade, de relação com os partidários extra periodos eleitorais, e deixando para trás o seu maior patrimônio: seus militantes, suas relações historicamente construídas e a esperança de milhões e milhões de trabalhadores, de jovens, de pequenos agricultores, de negros, de mulheres desse país!

Um comentário:

  1. Edu, acho que o Serra está tentando esconder apenas o FHC, acho até que por uma questão de afinidade pessoal e política entre eles dois. Não percebi essa omissão de partido como você disse.

    Quanto a Dilma, concordo. Ela precisou e precisa do Lula pra se promover. O próprio Lula já vinha se desvinculando da imagem PT. Talvez seja melhor, o Lula é "inatingível", já as outras lideranças do partido... tenho minhas dúvidas.

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