09 novembro, 2010

9 de Novembro

Prezados e Prezadas,

Hoje é Dia 9 de Novembro.

Dia em que o Exército Brasileiro matou Carlos Augusto Barroso, de 19 anos; Walmir Freitas Monteiro, 27 anos; e William Fernandes Leite, 22 anos. Todos operários em Greve da CSN no ano 1988.

Depois de 22 anos a luta operária continua, assim como sua história e sua luta!

Envio a vocês: camaradas, amigos, companheiros e colegas alguns registros desta grande mobilização operária em torno dos seus direitos. Naqueles dias, nada mais que 18 mil operários estavam em greve, na luta pelas suas reivindicações, desses 3 mil ocupavam a CSN!

Lutavam por:

* reajuste salarial com base no DIEESE
* reposição salarial devido à inflação;
* estabilidade no emprego;
* jornada semanal de 40 horas;
* fim da "repressão" (perseguição) dentro da empresa;
* readmissão de demitidos no ano de 1987;
* isonomia salarial;
* Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) eleita pelos trabalhadores;
* reconhecimento dos representantes sindicais eleitos;
* e divulgação do Sistema de Classificação de Cargos e Salários da empresa.


Abaixo Alguns Links, Documentos e Videos a quem possa interessar!

O intuito com diz o autor de belo artigo sobre os acontecimentos, é "registrar minha homenagem aos que enfrentaram a violência do capital com as únicas armas que têm: a união, a solidariedade e a coragem"

No excelente texto de Mauro Luis Iasi: Nada deve ser impossível de ser mudado, que serve de introdução ao clássico História do Socialismo e das Lutas Sociais (http://lutarconstruir.wordpress.com/textos-e-documentos/) podemos ler e compreender a necessidade dessa homenagem, desse regaste.

Quando somos capazes de compreender nossa sociedade como parte da história, podemos compreender o processo pelo qual ela se tornou o que é e, dessa maneira, tentar entender o movimento que conduz à possibilidade de superação da sociedade capitalista e da emancipação humana




DOSSIÊ GREVE CSN - VOLTA REDONDA - 9 DE NOVEMBRO - 1988


TEXTOS - ARTIGOS E MATÉRIAS

Volta Redonda - Nove de Novembro de 1988, de Ernesto Germano Parés

Mobilizações na cidade do aço: memórias da greve na CSN – 1988, de Paulo Alves, Márcia Barroso, Luanda Lima e Luna Ribeiro

O Massacre de Volta Redonda, de Claudia Santiago


Matéria sobre 20 Anos de Greve - 1988 / 2008


Matéria Folha de São Paulo, Publicado na Folha de S.Paulo, 10 de novembro de 1988

Matéria Estadão - CSN, 20 Anos Depois


Matéria Metalúrgicos do ABC - Exército invade a CSN, ocupada por grevistas, e mata três operários


Dissertação Mestrado UNICAMP - A ponta de um iceberg : a greve na CSN em novembro/88 Autor: Edison Jose Graciolli


Seção História, Partido da Causa Operária - Ocupação e greve na CSN contra a privatização


Greve da CSN completa 20 anos: As lições são mais que atuais! - Juventude Revolução / IRJ


VÍDEOS

Video do Jornal Nacional sobre os Acontecimentos


Vídeo com Fotos da Greve

Registros no Site Memoria Globo, da Rede Globo de Televisão


Aos Fuzilados da CSN - Garotos Podres - Ao Vivo 2005



FOTOS

Fotos Estadão - 20 anos depois da Greve

Fotos Greve 1988 CSN - Google Imagens


Fotos Greve 1988 Volta Redonda - Google Imagens




MÚSICA

Letra da Banda Garotos Podres - Aos Fuzilados da CSN


Musica Aos Fuzilados da CSN - Garotos Podres - Versao Ao Vivo - Para Download (via 4shared)


LIVROS

Livro Volta Redonda - Entre o Aço e as Armas, de Sandra Mayrink Veiga e Isaque Fonseca

Livro Um Caldeirão Chamado CSN e Privatização da CSN: Da Luta de Classes a Parceria, de Edilson Graciolli




DIVERSOS

Verbete Greve de 1988 no Wikpédia

Trecho do Livro Eduardo Coutinho: televisão, cinema e vídeo - que conta sobre o filme Volta Redonda – Memorial da Greve De Eduardo Coutinho e Sérgio Goldenberg - 1989


Charge de Latuff - 18 anos de Greve

14 outubro, 2010

República Fundamentalista Cristã


República Fundamentalista Cristã;
por VLADIMIR SAFATLE

FUNDADA EM 31 de outubro de 2010 após a expulsão dos infiéis do poder, a República Fundamentalista Cristã do Brasil apareceu em substituição à República Federativa do Brasil. Dela, ela herdou quase tudo, acrescentando uma importante novidade institucional: um poder moderador, pairando acima dos outros Três Poderes e composto pela ala conservadora do catolicismo em aliança com certos setores protestantes. Os mesmos setores que, nos EUA, deram suporte canino a George W. Bush. A função deste poder moderador consiste em vigiar o debate político e social, impedindo que pautas de modernização social já efetivadas em todos os países desenvolvidos cheguem ao Brasil.

Na verdade, a fundação desta nova República começou após uma eleição impulsionada pelo problema do aborto. Procurando uma tábua de salvação para uma candidatura que nunca decolara e que passou ao segundo turno exclusivamente por obra e graça de Marina Silva, José Serra resolveu inovar na política brasileira ao instrumentalizar politicamente os dogmas mais arcaicos deste que é o maior país católico do mundo.

Assim, sua mulher foi despachada pelos quatro cantos para alertar a população contra o fato de Dilma Rousseff apoiar “matar criancinhas” (conforme noticiou um jornal que declarou apoio explícito a seu marido). As portas de seu comitê de campanha foram abertas para os voluntários da TFP, com seus folhetos contra a “ameaça vermelha” capaz de perverter a família brasileira através da legalização da prostituição e do casamento gay (conforme noticiou o blog do jornalista Fernando Rodrigues). A internet foi invadida por mensagens “espontâneas” contra a infiel Dilma e o PNDH-3.

José Serra já havia dado a senha quando afirmou, em um debate, que legalizar o aborto seria uma “carnificina”. Que 15% das mulheres brasileiras entre 18 e 39 anos tenham abortado em condições indescritíveis, isto não era “carnificina”. Carnificina, para Serra, seria o Brasil importar esta prática tão presente na vida dos “bárbaros selvagens” que são os ingleses, franceses, alemães, norte-americanos, espanhóis, italianos, ou seja, todos para quem o aborto é, pasmem, uma questão de saúde pública e planejamento familiar.

Confrontada com esta guinada, a “classe média esclarecida” não se indignou. As clínicas privadas que fazem abortos ilegais continuariam funcionando. O direito sagrado de salvar a filha de classe média de uma gravidez indesejada continuaria intacto. Para tal classe, o discurso sobre “valores cristãos” era apenas uma radicalização eleitoral.

Quando o poder moderador, confiante em sua nova força, começou a exigir que o criacionismo fosse ensinado nas escolas, que o Estado subvencionasse atividades de proselitismo religioso travestidas de filantropia, já era tarde. Então, alguns lembraram, com tristeza, dos pais fundadores da República Federativa do Brasil, decididos a criar uma república laica onde os dogmas religiosos não seriam balizas da vida social. Uma república onde seria possível dar a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus. Uma República que morreu no dia 31 de outubro de 2010.

VLADIMIR SAFATLE é professor no departamento de filosofia da USP.

13 outubro, 2010

Iconográfico Eleitoral 2010



Veja o panfleto num tamanho maior!
Via @IlustreBOB

Eleições presidenciais 2010: em leilão, os ovários das mulheres!

Eleições presidenciais 2010: em leilão, os ovários das mulheres!

por FÁTIMA OLIVEIRA*

“Isso aqui”, o Brasil, não é um colônia religiosa, não é um Reino e nem um Império, é uma República! Dado o clima do segundo turno das eleições presidenciais brasileiras, parece que as urnas vão parir uma Rainha ou um Rei de Sabá, uma Imperatriz ou um Imperador, que tudo pode, manda em tudo e que suas vontades e ideias, automática e obrigatoriamente, viram lei! Não é bem assim…

Bastam dois neurônios íntegros para nos darmos conta que o macabro leilão de ovários (com os ovários de todas as brasileiras!), em que o aborto virou cortina de fumaça, objetiva encobrir o discurso necessário para o povo brasileiro do que significa, timtim por timtim, eleger Dilma ou Serra.

No tema do aborto a tendência mundial é, no mínimo, o aumento dos permissivos legais, que no Brasil são dois, desde 1940: gravidez resultante de estupro e risco de vida da gestante. Pontuando que legalização do aborto ou o acesso a um permissivo legal existente não significa jamais a obrigatoriedade de abortar, apenas que a cidadã que dele necessitar não precisa fazê-lo de modo clandestino, praticando desobediência civil e nem arriscando a sua saúde e a sua vida, cabe ao Estado laico e democrático colocar à disposição de suas cidadãs também os meios de acessar um procedimento médico seguro, como o abortamento.

Negá-lo, como tem feito o Brasil, que se gaba de possuir um dos sistemas de saúde mais badalados do mundo que garante acesso universal a TODOS os procedimentos médicos que não estão em fase de experimentação, é imoral, pois quebra o princípio do acesso universal do direito à saúde! Eis os termos éticos para o debate sobre o aborto numa campanha eleitoral. Nem mais e nem menos!

Então, o que estamos assistindo nas discussões do atual processo eleitoral é uma disputa para ver quem é a candidatura mais CAPAZ de desrespeitar os princípios do SUS, pasmem, em nome de Deus, num Estado laico! Ora, quem ocupa a presidência da República pode até ser carola de carteirinha, mas para consumo pessoal e não para impor seus valores para o conjunto da sociedade, pois a República não é sua propriedade privada!

Repito, não podemos esquecer que isso aqui, o Brasil, é uma República que se pauta por valores republicanos a quem todos nós devemos respeito, em decorrência, não custa nada dizer às candidaturas que limitem as demonstrações exacerbadas de carolice ao campo do privado, no recesso dos seus lares e de suas igrejas, pois não estão concorrendo ao governo de um Estado teocrático, como parece que acreditam. Como cidadã, sinto-me desrespeitada com tal postura.

As opções religiosas são direitos pétreos e questões do fórum íntimo das pessoas numa democracia. Jamais o norte legislativo de uma Nação laica, democrática e plural. Para professor uma fé e defendê-la é preciso liberdade de religião, só possível sob a égide do Estado laico, onde o eixo das eleições presidenciais é a escolha de quem a maioria do povo considera mais confiável para trilhar rumo a um país menos miserável, de bem-estar social, uma pátria-mátria para o seu povo.

Ou há pastores/as e padres que insistem em ignorar a realidade? “Chefe religioso” ignorante de que a sua religião necessita das liberdades democráticas como do ar que respiramos, não merece o lugar que ocupa, cabendo aos seus fiéis destituí-los do cargo, aí sim em nome de Deus, amém!

O leilão de ovários em curso resulta de vigarices e pastorices deslavadas, de má-fé e falta de escrúpulos que manipulam crenças religiosas de gente de boa-fé para enganá-las, como a uma manada de vaquinhas de presépio, vaquejadas por uma Madre Não Sei das Quantas, cristã caridosa e reacionária disfarçada de santa, exemplar perfeito de que pessoas desse naipe só a miséria gera. Num mundo sem miséria, madres lobas em pele de cordeiro são desnecessárias e dispensáveis. É pra lá que queremos ir e o leilão de ovários quer impedir!

Quem porta uma gota de lucidez tem o dever, moral e político, de não permitir que a escória fundamentalista de qualquer religião, que faz da religião um balcão de negociatas que vende Deus, pratica pedofilia e fica impune e ainda tem a cara de pau de defender a impunidade para pedófilos e os acoberta desde os tempos mais remotos, nos engabele e ande por aí com uma bandeja de ovários transformando a escolha de quem presidirá a República num plebiscito pra definir quem tem mais mão de ferro pra mandar mais no território do corpo feminino!

Cadê a moral dessa gente desregrada para querer ditar normas de comportamento segundo a sua fé religiosa para o conjunto da sociedade, como se o Brasil fosse a sua “comunidade religiosa”? Ora, qualquer denominação religiosa em terras brasileiras está também obrigada ao cumprimento das leis nacionais, ou não? Logo o que certas multinacionais da religião fizeram no processo eleitoral 2010 tem nome, chama-se ingerência estrangeira na soberania nacional. E vamos permitir sem dar um pio?

Diante dessa juquira (brotação da mata pós-desmatamento), onde só medrou urtiga e cansanção, cito Brizola, que estava coberto de razão quando disse: “O Brasil é um país sem sorte”, pois em pleno Século 21 conta com candidaturas presidenciais (não sobra uma, minha gente!) reféns dos setores mais arcaicos e feudais de algumas religiões mercantilistas de Deus.

É hora de dar um trato ecológico na juquira que empana os ideais e princípios republicanos, fora dos ditames da “moderna” agenda verde financeira neoliberal da “nova política”, que no Brasil é infectada de carcomidas figuras, que bem sabemos de onde vieram e pra onde vão, se o sonho é fazer do Brasil um jardim de cidadania, similar ao que Cecília Meireles tão lindamente poetou.

“Quem me compra um jardim com flores?/ borboletas de muitas cores,/ lavadeiras e passarinhos,/ ovos verdes e azuis nos ninhos?/ Quem me compra este caracol?/ Quem me compra um raio de sol?/ Um lagarto entre o muro e a hera,/ uma estátua da Primavera?/ Quem me compra este formigueiro?/ E este sapo, que é jardineiro?/ E a cigarra e a sua canção?/ E o grilinho dentro do chão?/ (Este é meu leilão!)” [Leilão de Jardim, Cecília Meireles].

Em 2010 em nosso país o que está em jogo é também a luta por uma democracia que se guie pela deferência à liberdade reprodutiva e que considere a maternidade voluntária um valor moral, político e ético, logo respeita e apoia as decisões reprodutivas das mulheres, independente da fé que professam. Nada a ver com a escolha de quem vai mandar mais no território dos corpos das mulheres! Então, xô, tirem as mãos dos nossos ovários!


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* FÁTIMA OLIVEIRA é médica e escritora. Feminista. Integra o Conselho Diretor da Comissão de Cidadania e Reprodução (CCR) e o Conselho Consultivo da Rede de Saúde das Mulheres Latino-americanas e do Caribe (RSMLAC). Escreve uma coluna semanal no jornal O Tempo (BH, MG), desde 3 de abril de 2002. Uma das 52 brasileiras indicadas ao Nobel da Paz 2005, pelo projeto 1000 Mulheres para o Nobel da Paz 2005. Autora dos seguintes livros de divulgação e popularização da ciência: Engenharia genética: o sétimo dia da criação (Moderna, 1995 – 14a. impressão, atualizada em 2004); Bioética: uma face da cidadania (Moderna, 1997 – 8a. impressão atualizada, 2004); Oficinas Mulher Negra e Saúde (Mazza Edições, 1998); Transgênicos: o direito de saber e a liberdade de escolher (Mazza Edições, 2000); O estado da arte da Reprodução Humana Assistida em 2002 e Clonagem e manipulação genética humana: mitos, realidade, perspectivas e delírios (CNDM/MJ, 2002); Saúde da população Negra, Brasil 2001 (OMS-OPS, 2002). Autora dos seguintes romances: A hora do Angelus (Mazza Edições, 2005); Reencontros na travessia: a tradição das carpideiras (Mazza Edições, 2008); e Então, deixa chover (no prelo).

E-mail: fatimaoliveira@ig.com.br Texto publicado como ESPECIAL PARA O VIOMUNDO, em http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/fatima-oliveira-comeca-a-reacao-das-mulheres-contra-o-aiatola-serra.html


FONTE: http://espacoacademico.wordpress.com/2010/10/13/eleicoes-presidenciais-2010-em-leilao-os-ovarios-das-mulheres/

10 outubro, 2010

Em defesa da vida e nas entrelinhas regredindo anos e anos no processo democrático



Um dos temas mais citados nesse recém começado segundo turno é a afirmação generalista de defesa da vida. O que tem por trás desta assertiva? Bom, aqui, é nítido que se trata da defesa específica de ser contra o aborto, devido a confusos valores cristãos e morais.

Pois bem poderíamos dizer que ser em defesa da vida tange ser a favor de uma reforma agrária ampla e contra o latifúndio. Ser em defesa da vida poderia ser fávoravel a distribuição irrestrita e ampla das riquezas, a oportunidade de conhecimento igual a todos. Pois bem, isso também é óbvio, e acaba por nos colocar no campo da retórica.

Cada um usará a defesa da vida em defesa dos seus interesses de vida. E cada classe usará sua defesa de vida, como a defesa de via de sua própria classe.

Isso é sabido.

Porém, todavia, entretanto o que se coloca nesse pleito é a regressão de anos e anos de um debate difícil e necessário que tem ser feito. O direito da escolha da mulher a decidir sobre teu próprio corpo e sobre seu próprio destino. A questão colocada sobre o aborto, além de ser uma questão de saúde pública e um fato real, é um questão que se relaciona diretamente com o papel da mulher da sociedade capitalista. Vista como propriedade, como ventre, como indispensável na divisão do trabalho por ocupar trabalhos de mulher, é ainda complexo para nossa sociedade pensar além das missas e cultos dominicais.

A luta pela legalização do aborto está historicamente associada ao combate em torno do das liberdades democráticas, à tradição do movimento dos trabalhadores e trabalhadoras. O controle do corpo, da sexualidade e da reprodução pertence exclusivamente às mulheres. Negar este direito é mantê-las como “pessoas de 2ª categoria”, cuja sexualidade tem como finalidade apenas a reprodução.

Há de garantir o debate sobre o direito de cada mulher decidir sobre o seu próprio corpo a partir de suas próprias crenças, princípios, motivos, de acordo com as suas condições. Sem ser obrigada a seguir o que diz qualquer instituição ou religião. Que se debata uma legislação a qual permita à mulher exercer o seu direito de escolha, e ofereça condições clínicas e de menores riscos para aquelas na iminência de recorrer a um aborto.

O aborto clandestino põe em risco a vida e o futuro reprodutivo da mulher. Cerca de 250 mil são internadas anualmente por complicações associadas ao abortamento clandestino, a maioria adolescentes. E são as trabalhadoras e a juventude da periferia que mais sofrem com essa situação.

Em defesa da vida!

08 outubro, 2010

Tortura Nunca Mais



Prefácio
: Eu escrevi este texto e mandei esse e-mail um dia antes das eleições, 2 de outubro, mas algo aconteceu e apenas algumas pessoas receberam. Uma pena! O candidato em questão foi eleito deputado federal com 120.646 votos, 1,51%. Nunca é tarde para sabermos de certas coisas, ele foi eleito mas é direito e principalmente dever do povo vigiá-lo, cobrá-lo. Ele não teve 100% dos votos, mas como vivemos em regime de democracia, a partir do momento que assumir seu novo cargo ele estará representando 100% dos moradores do estado do Rio de Janeiro, estará lá em Brasília para criar, aprovar, rejeitar leis e projetos para o povo do Rio, mas como político brasileiro representará a todos nós, representará a nação brasileira! E pelo amor dos meus futuros filhinhos, nada de discursso de que estado votou melhor ou pior, todos elegaram algum ladrão, algum velho porco capitalista, algum inimigo público! É isso mesmo que eles querem, o povo contra o povo, eleição não é brincadeira, não tem estado vencedor ou perdedor, não se julga um povo mais ou menos inteligente pelo seu voto! Se eles conseguem ser eleitos, reeleitos, então é mais uma prova de que o povo já deixou passar a hora de se unir e tomar o poder! Não é só ficar de olho, é cobrar, é mandar e se preciso tirá-los de seus cargos, nós somos os patrões!!! Nós somos a maioria!


Renata de Melo Orlandi
08/10/2010


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Tortura Nunca Mais!


Acabo de ficar sabendo deste vídeo que envio agora! O vídeo foi postado pelo ótimo cartunista Latuff http://latuff2.deviantart.com/

"Na tarde do dia 7 de agosto manifestantes da UNE e do Tortura Nunca Mais de Goiás, protestaram diante do Clube Militar, no centro do Rio, onde oficiais debatiam a possível revisão por parte do governo federal da Lei de Anistia, o que levaria a julgamento acusados de torturar presos políticos durante a ditadura."

O Brasil é possivelmente o único país que anistiou (ato pelo qual o poder público declara não puníveis, por motivo de utilidade social, todos que cometeram determinados delitos, em geral políticos) os torturadores da ditadura. Ou seja, nossa lei diz que aqueles que lutaram pela liberdade e democracia do nosso país são iguais aos que queriam o país só para eles, os militares. A anistia atingiu os torturados e torturados, sendo assim, os verdadeiros criminosos da ditadura, os militares e seus aliados, não pagam pelos crimes cometidos à alguns grupos e pessoas e nem aos crimes cometidos ao nosso país!

Existem então vários grupos que lutam para que essa lei seja derrubada, para que os monstros ainda vivos paguem pelos seus crimes, assim como as famílias dos torturados pagaram com traumas para todo uma vida, com rótulos de criminosos (sendo que defendiam seu povo), com o sumiço dos corpos de seus amigos e parentes, com mortes terríveis. Essas pessoas trazem o sangue de inocentes nas mãos, o sangue de pessoas que lutaram para que hoje eu possa mandar esse e-mail e não ser procurada pelos órgãos da ditadura militar! Hoje temos vários políticos que fizeram parte da defesa da nossa liberdade, mas infelizmente hoje fazem parte da minoria, fazem parte da burguesia, fazem parte da corja de patrões que querem a miséria do povo. Mesmo hoje eles sendo bandidos da inocência de uma nação, não podem em momento algum serem chamados de assassinos e terroristas por causa dos atos que cometeram na época da ditadura para libertar o povo das mãos nojentas dos militares e seus aliados.

Na política ainda podemos encontrar muitos militares que concordam com a ditadura e suas crueldades. Um desses exemplos é o candidato a deputado federal do estado do Rio de Janeiro Jair Bolsonaro, do partido progressista, número 1120. No final do vídeo citado ele aparece dizendo uma das piores frases que já ouvi de alguém a favor da ditadura: "o erro foi torturar e não matar" Isso com a cara mais lavada, com sorriso no rosto e em frente a familiares e amigos de pessoas torturadas e mortas pelas mãos de militares como ele. http://www.bolsonaro.com.br/jair/

Esse é apenas um dos tantos que tentam nos reprresentar na política e que não sabemos do seu passado e ideologia. Não concordo com essa forma política que nos organizamos, onde só com coligações e jogos de interesses é que se pode governar, mas enquanto nós, a maioria continuarmos apenas reclamando do sofá e do twitter e isso não mudar é assim que nosso país será organizado e temos que levar o voto a sério, saber realmente em quem votamos, para que não tenhamos assassinos e seus cúmplices nos representando.

Não gosta de política? Então passe a gostar! Somos desde pequenos incentivados pelos próprios governantes a não gostar de política, a achar que isso não nos pertence, porém fazemos política em todos os momentos da nossa vida, em todas as nossas relações. Tudo é política, nosso trabalho, nosso estudo, nossa saúde, o calçamento da rua, os buracos, as enchentes. Ser consciente na urna não é apenas votar em quem você conhece, não é apenas não votar em quem roubou o país em seu último mandato, é cobrar durante os 4 anos, é dizer o que quer, o que não quer, é se organizar sim, é ir a rua, é fazer greve. Essas são nossas armas, não apenas o voto. Não precisamos esperar 4 anos para dizer que mudamos de idéia, que temos novas bandeiras! Não saber de política é não saber que aquele que se candidata a deputado hoje em seu estado na última eleição se candidatou em outro e falou mal do estado que hoje pede voto, é saber quem é quem, é saber quem é você, o que você representa e o que quer para o futuro, mas pricipalmente para o presnete, para o hoje, afinal o futuro é feito pelo presente.

Renata de Melo Orlandi
26 anos, Brasileira, Paulistana moradora de Volta Redonda-RJ
Militante das causas do povo!
02/10/2010


"A desgraça de quem não gosta de política é ser governado por quem gosta"
Platão


O vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=N8dPt31ML44

05 outubro, 2010

Por que vamos ao 2º turno?

Abaixo, posto o trecho inicial de importante reflexão de um corrente interna do PT (O Trabalho) sobre as eleições 2010 e seu 2º turno
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Reflexão inicial sobre as eleições de 2010:

Por que vamos ao 2º turno?

O resultado das urnas não deixa dúvida de que o povo não quer a volta do PSDB. Mas por que uma eleição presidencial que parecia ganha vai para o 2º turno?

O povo trabalhador reafirmou a vontade de ver adotadas as medidas esperadas desde a eleição de Lula, já fazem 8 anos, tais como a reforma agrária, a jornada de 40 horas, o restabelecimento do monopólio estatal do petróleo e o fim do superávit primário. Afinal, 48 milhões de eleitores colocaram a candidata do PT a presidente, Dilma Roussef, à frente do 1º turno com 47% dos votos, e no mesmo impulso deram ao PT a maior bancada da Câmara de Deputados. As urnas derrotaram e amputaram as bancadas privatistas e pró-imperialistas do PSDB-DEM no Congresso.

Diante deste quadro, que inclui a rejeição a Serra, a mídia e setores da classe dominante, se valeram de ataques brutais e manipulações para inflar a candidatura de Marina, ex-ministra de Lula, e assim cavar o 2º turno presidencial (a mídia fala de “onda verde”, mas esconde a estagnação das bancadas do PV).

E como a direção da campanha petista reagiu a esta situação? Poupou Marina e não respondeu à ofensiva contra a candidatura de Dilma, o PT e a classe trabalhadora. É preciso dizer, haverá 2º turno porque a direção do PT não convocou a militância à mobilização com base das suas bandeiras, e conciliou quando devia polarizar.

A própria candidata Dilma que se esquivou na campanha de assumir compromissos com os trabalhadores, no dia do último comício em SP, recebeu a carta de mais 5200 petistas, dezenas de candidatos inclusive 9 deputados federais e 8 estaduais, por um compromisso com as 40 horas e a atualização do índice de produtividade da terra, mas só respondeu que vai “estudar” o assunto.

Assim, a direção deixou o terreno para que Marina aparecesse como alternativa. O desarme político e a passividade é, agora, o maior perigo.

Aprender a lição de 2006!

Nas últimas semanas, o presidente da FIESP iniciou uma gritaria contra o “exagero” dos aumentos salariais de 5%, seguido pela Febraban (a Federação dos Bancos) que provocou uma greve nacional dos bancários, e foi apoiado até pela direção do Banco Central nomeada pelo governo – como isso é possível?

Ao mesmo tempo, o PSDB-DEM que não podiam defender abertamente seu programa de “ajuste fiscal”, cortes de gastos e privatizações, passaram a inventar “ameaças a democracia” e, através de bispos, padres e pastores, manipularam convicções religiosas de setores do povo.

Sim, esses são recursos que os setores pró-imperialistas também usaram na Venezuela, sem temer ir até ameaças golpistas, como ocorreu na semana passada no Equador.

Mas é possível derrotá-los! É tempo ainda no 2º turno de ouvir os trabalhadores e os movimentos sociais!

É mais que hora de assumir os compromissos que o povo trabalhador espera!

De fato, nada é mais poderoso que a militância do Partido, mobilizada. Este é o caminho para vencer no 2º turno e governar.

Por que não seguir este caminho? Por causa da “aliança nacional” do PMDB?

Mas a eleição de governador em Minas Gerais, onde o PT atolou no apoio a Hélio Costa do PMDB, privatizador dos Correios, deveria servir de lição. Na verdade, em Estados importantes como no Rio Grande do Sul e na Bahia, o PT venceu enfrentando o PMDB!

Não vamos deixar para Serra o terreno das propostas concretas para o salário mínimo e as aposentadorias.

O caminho da vitória no 2º turno passa pelo compromisso com as medidas que atendem as reivindicações populares

04 outubro, 2010

Dilema (weberiano) Contemporâneo? Convicção ou Responsabilidade?















criação, concepção e traços de juliana freitas (@ju_freitas)

Hora da Direção Nacional do PT aprender!


minas ensina! minas aponta o caminho!

fazer com que o PT votasse em Hélio Costa em MG tinha um único sentido e uma única previsão: a tal governabilidade e derrota na certa. o que se viu ontem com os números foi a confirmação da segunda perspectiva: uma derrota significativa para o candidato de aécio que alcançou os quase 63%. derrota maior ainda se vermos que Dilma em MG obteve 46,98% dos votos contra os 30,76% de Serra.

o resultado do Maranhão também tem suas lições. A imposição da DNPT de que seus militantes apoiem Roseana Sarney, em mais um exemplo de sufocamento democrático petista, levou a uma vitória apertada da candidata (com o candidato do PCdoB, Flavio Dino quase indo para o 2 turno, inclsuive com apoio de vários petistas) e um indice altíssimo de abstenção (http://www1.folha.uol.com.br/poder/809547-recorde-de-abstencoes-ocorre-no-maranhao-onde-roseana-venceu-por-008-dos-votos.shtml)

Marina nas Alturas!


hoje pela manhã antes de me lançar a mais um dia de labuta assitia os comentários de Alexandre Garcia e Míriam Leitão a respeito de Marina Silva.

tendo como inegável sua respeitosa trajetória e sua forçosa identidade evangélica, percebia o seguinte sentimento dos comentaristas matutinos: era necessário valorizar de forma assintosa o voto Marina. era necessário engessar o voto Marina. era necessário prender os votos voláteis da Marina. tática pra isso: enaltecer a força da importância do voto de cada um. propagam Marina como a maior vencedora da eleição. qualificando o voto buscam amarrá-lo. todos os articulistas, colunistas e palpiteiros já identificaram dois grupos de eleitores da Marina. existem os anti PSDB, desiludidos com o PT, que enxergaram na Marina uma terceira via (e aqui a palavra se encaixa bem ao perfil dela ao perfil histórico do termo). Existem aqueles que compraram o coque, a saia, a postura de beata do interior, e ganharam junto o apoio recheado de mentiras e calúnias de pastores, padres e outros intermediários divinos.

levantam a Marina as alturas! não só mais Hosana!

O Mais Do Mesmo e Seus Paradoxos

acabou a peleia. para alguns certamente. para outros como um intervalo.

e tudo nos leva ao mais do mesmo: as pesquisas erraram mais uma vez; as questões morais e religiosas dominaram as leviandades contra uma candidata identificada com a esquerda; alguns votos que ninguém declara somam milhões e deixam todos perplexos. de clodovil a tirica. alguns caciques não conseguem mais o que conseguiam antes. a transferência de votos serve pra uns e não para outros.

a perplexidade de alguns na interpretação do jogo eleitoral, parte do entedimento que o voto e a escolha racional de cada eleitor segue uma linearidade. Não.

o que mais se pode perceber é um comportamento multifacetário, com várias váriaveis. é um paradoxo dizer que o mesmo eleitor ignorante e alienado que vota em um palhaço debochado em são paulo, se comporta de modo responsável e maduro prolongando o debate presidencial até o fim do mês: ou é uma, ou é outra coisa! é um paradoxo dizer que os cariocas se cansaram de césar maia, e agora querem crivella, garotinho, wagner montes e bolsonaro. é um paradoxo dizer que o povo alogoano acordou e deu um basta em Collor, e opta pela continuidade de Teotônio Villella a frente do Estado.

é tudo um paradoxo. cabe várias interpretações do mais do mesmo!

24 setembro, 2010

O vôo eleitoral de 2010



Já havia feito uma reflexão sobre essa eleição presidencial: a não vinculação das candidaturas de Serra e Dilma a seus respectivos partidos. É notável a ausência das referências partidárias, do símbolos e da imagem tanto do PSDB quanto do PT. Boa parte dessa ausência se explica.

Por parte do PSDB, não querem facilitar a compreensão do eleitor em relacionar o candidato Serra ao PSDB. Análises e pesquisas devem indicar uma reação natural de reação negativa e rejeição por boa parte dos eleitores. A não ligação de Serra ao PSDB envolve o nítido afastamento. A análise da ausência do PT na campanha de Dilma envolvem mais aspcetos. Alguns simples outros mais complexos. A priori digamos que na campanha de Dilma o essencial é a ligação de Dilma a Lula e não ao PT. A desvinculação é antiga, Lula há tempos não expressa, não carrega consigo o simbolismo do PT. Muitas vezes inclusive atuou como "pretenso mediador" entre seu próprio partido e seu próprio governo. Pairava acima da Estrela. Aqueles que hoje dirigem o PT, corroboram com essa concepção: é necessário extrapolar os limites da imagem PT. A não vinculação direta permite manobras maiores, alianças estranhas, paradoxais a própria existência do partido.


Porém essa semana, o PSDB surge como nunca na campanha. Em um papel de feroz oposicionista ao PT, papel que sempre atuou, mesmo que as vezes de forma tacanha. Em vídeos vinculados pela internet (http://www1.folha.uol.com.br/poder/803166-psdb-coloca-na-internet-videos-que-ligam-dilma-aos-radicais-do-pt.shtml) o PSDB quer fazer aquilo que ele mesmo não faz: vincular Dilma, e Lula ao PT. Querem o que me parece impossível. Aliar dois movimentos complexos, em conjunto e em um prazo curto, eleitoralmente falando.

O primeiro aspecto é uma tentativa de satanização do PT, tal qual o "ocidente" em suas artimanhas midiáticas da guerra fria faziam em relação aos soviéticos. Tal tentativa se mostra mais complexa quando analisamos os números que indicam a preferencia dos eleitores ao PT como partido mais confiável (http://www.macroabc.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=553:pt-e-o-partido-preferido-da-populacao-brasileira-aponta-ibope&catid=1:isso-e-pt&Itemid=50) mesmo, diga-se de passagem, com as lambanças e deturpações realizadas pela sua direção.

Outros aspectro dificil de se imaginar é que o eleitorado faça tal relação entre Lula-Dilma-PT. Não é de interesse de Dilma, não é de interesse de Lula. E não farão nenhum esforço para proteger a imgem do partido.

Tudo isso é prejudicial a própria dinâmica eleitoral. A não identificação impede debates maiores, de questões programática, fazando um deslocamento do eixo central eleitoral para questões personalistas, e menores. A corrida eleitoral de 2010 ocorre em grandes altitudes, acima de qualquer tucano ou qualquer estrela, infelizmente.

Eduardo Freitas
Cientista Social

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Opinião

Que o PSDB ataque o PT, suas relações com os movimento sociais, seus militantes de esquerda e que para isso use os mais sórdidos métodos: tudo bem, nada até agora foi muito diferente disso! Mas é hora do PT, dizer que é PT! Ou estará aprondundando o caminho de perda de identidade, de relação com os partidários extra periodos eleitorais, e deixando para trás o seu maior patrimônio: seus militantes, suas relações historicamente construídas e a esperança de milhões e milhões de trabalhadores, de jovens, de pequenos agricultores, de negros, de mulheres desse país!

28 junho, 2010

Poema de Segunda

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Há os que reclamam sem cessar da segunda feira.
Há os que projetam o modificar de todos os anos nas parcas horas que cabem na segunda.
Há os que aproveitam a segunda como o domingo, e logo reclamam de terça.
Há os que querem a segunda simplesmente porque perderam a primeira.
Há os que fazem poemas simples, com idéias de segunda.
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19 abril, 2010

Uma Crônica Anunciada





Não ganhamos nada de mais, é um fato! Não ganhamos ontem um título de envergadura internacional, fato! Porém ganhamos da soberba, ganhamos do que era dado como certo! Ganhamos da tão incerta e precisa probabilidade Nos achamos em uma situação onde o correto seria desacreditar das supertições e acreditar em nós mesmos! Um titulo que faz justiça aqueles que jamais hesitaram em acreditar que seria possível! E foi!

Com a dose de emoção peculiar aos sentimentos alvinegros! Com a disciplicência calculada, exemplificada no paradoxal golaço de penalti de Abreu.


Esse lance, inclusive, nos traz elementos clarificadores do ocorrido ontem: Em uma magistral cobrança, contra um goleiro competente, mas que não raramente transpira arrogância e presunção, Abreu demosntrava que o trabalho e reconhecimento das limitações da equipe eram virtudes maiores do que a autoproclamação ou masturbação inifinita do próprio ego. Mostrava que o preto e branco pode, e muitas vezes foi e será, maior do que qualquer combinação da escala cromática. Mostrava ali que estavam certos todos aqueles que arriscavam parte de sua moral e brio pela quarta vez consecutiva, mas sem recuar o orgulho alvinegro. Ganhamos mais uma vez!

A justiça, artigo tão estranho ao futebol, mostrou sua face. Afinal era a sexta vez seguida que estavamos ali, preenchendo todo nosso domingo, todos os nossos pensamentos, todas as garfadas do almoço familiar, com pensamentos e devaneios de um final heróico. E ele veio. Menos épico do que qualquer romance simples, mas nem por isso não heróico. Um final diferente do que os outros anos, um final justo com os outros anos.


O clichê máximo da crônica esportiva ganha contornos de uma realidade palpavel: brilha, mais alta e mais intensa, a estrela solitária! Desfrutem todos! Os vencedores, os perdedores, os incrédulos, os arrogantes, os céticos!


28 dezembro, 2009

Dor - A Minha Dor

A minha dor merece mais consideração
Só porque eu não choro até parece
Que eu não tô sofrendo de paixão
Mas por favor não é isso não
A minha dor não aparece pra não alimentar essa ilusão

Por dentro a minha dor é só uma prece
A suplicar que ele regresse pra aliviar meu coração
Só quem dá sinal de rendição
Vai duvidar de quem padece por não querer chorar em vão
Porém se contra a dor que me entristece
O meu sorriso prevalece
Eu de sorrir não abro mão

22 dezembro, 2009

Poema de Bar

Admiro a Graça da Aurora Ébria
Admiro o Exercicio Perene de Mensurar o Proprio Equilibrio
Admiro a Simples Tarefa de Ajustar a Retina
Ao Nosso Grau Etílico
Admiro a Teimosia e Inististência de Auto Conhecer Nosso Limite
Admiro a Minha Propria Vontade em Ser Poeta
(Preá)


21/12/09
Volta Redonda
19.04h

26 novembro, 2009

Primeiro balanço do PED 2009

Primeiro balanço do PED 2009
“Terra Trabalho e Soberania” supera 5.000 votos

Já atingimos a meta nacional de 5.000 votos para manter o posto no Diretório Nacional, com 85% dos votos apurados (*). O chapa majoritária (CNB, NR e PTLM) elege Dutra o novo presidente com cerca de 59% dos votos, e 56% do Diretório. Terão votado 500 mil filiados.

O PED de fato era o que desde o começo advertimos: uma disputa completamente desigual, com os debates esvaziados enquanto a cúpula servil ao Planalto anuncia decisões pela imprensa, desembocando no domingo no carregamento de eleitores muitas vezes com suas anuidades pagas. Nesse sentido, é um aspecto da degeneração que ameaça destruir o PT.

Merecem cumprimento os militantes dos coletivos locais, de mandatos parlamentares e da Corrente O Trabalho que enfrentaram essa difícil disputa - os únicos a não fazer concessões -, superando barreiras burocráticas desde a inscrição das chapas, combatendo politicamente pelo voto com base na plataforma Terra, Trabalho e Soberania (Petróleo estatal, Índice de Produtividade, Estabilidade etc.) e fazendo visitas de porta em porta.

Ao mesmo tempo, nosso resultado só foi possível porque os petistas são, na maioria, trabalhadores com as mesmas necessidades da massa que ainda vêem o único instrumento partidário de suas aspirações mais profundas no partido da estrela vermelha, ao qual afluíram numa escala maior que previa o próprio presidente do PT ainda ontem (400 mil), apesar das características do PED.
O fato de serem levados a votar nessas condições é exclusiva responsabilidade da cúpula de todas correntes (“esquerda” inclusive) que concebeu e aperfeiçoou o PED, o qual hoje já parece “esgotado” para muitos petistas mais do que nós, que sempre defendemos o processo dos encontros de delegados.

CANDIDATURAS PRÓPRIAS

Um primeiro impacto da afirmação do PT no cenário é sobre a “política de alianças”. Claramente, no Rio de Janeiro, as condições permitiram à militância encontrar no 2º turno da presidencial estadual uma forma de derrotar o Planalto através da candidatura própria a Governador, problema também colocado em outros Estados como SP e MG. As recentes declarações mais contemporizadoras de Lula e Dilma são um sinal disso.

Mas a defesa do PT através das candidaturas próprias nos Estados tem um conteúdo: a sustentação da realização das aspirações populares através de um governo de ruptura com o imperialismo. Foi o que formulou a plataforma Terra, Trabalho e Soberania no PED, e estará em discussão no programa da candidatura presidencial do PT, Dilma, inclusive uma “outra governabilidade” pela consulta ao povo numa Assembléia Constituinte.

Enquanto reunimos e estudamos os dados dos resultados dos Estados, seus avanços e recuos – onde já contamos a entrada em duas Executivas Estaduais, AL e SC – uma primeira conclusão pratica imediata se impõe.

DIÁLOGO PETISTA

A hora é de prolongar o resultado obtido e abrir-se para o Encontro Nacional do Diálogo Petista. As chapas TTS exploraram as mínimas brechas do PED para discutir com os filiados, e os resultados comprovam: há militantes e grupos que não viam saída no PED, inclusive em outras chapas, mas também buscam dotar o PT de outra política, ligada à luta dos trabalhadores.
É nossa responsabilidade ajudar esses companheiros agora, a encontrar os meios materiais de viabilizar sua presença dia 13 de dezembro, em SP, praticamente daqui a duas semanas, para discutir uma plataforma independente dos trabalhadores.
A questão imediata agora é de nomes, para viabilizar concretamente quem e como pode vir.
Sob o fundo de uma situação no continente onde se enfrentam revolução e contra-revolução, como se vê na contestação da fraude eleitoral que se prepara em Honduras – e que leva o governo Lula a tomar mais distancia de Obama – uma situação também marcada pela resistência no México, e pelas medidas que são levados a tomar os governos da Venezuela, Equador e Bolívia, é nessa situação que se reunirá o Diálogo Petista.

A plataforma para 2010 em discussão nas Mesas do Encontro do Diálogo Petista deverá integrar os problemas mais agudos da luta de classe – como a luta pelo Petróleo, pela Reforma Agrária, pela Retirada do Haiti, o poder de polícia para as FFAAs, entre outros - mas também o relançamento no Brasil da Conferencia Mundial Aberta de novembro de 2010, além, é claro, das iniciativas e propostas inclusive estatutárias para o 4º Congresso do PT (fevereiro), onde se destaca a luta desde já a resistência ao “acordo com o PMDB” e a luta pelas Candidaturas Próprias do PT.

25 de novembro de 2009
Comissão Executiva de O Trabalho

01 novembro, 2009

D 20 ao Caveirão – Recebam o Estado!

Faz um certo tempo que escrevi esse texto com intuito de ajustar a métrica e fazer um rap com ele.
Depois de ler algunn textos sobre a violência no Rio, sobre as não raras revoltas populares e para tentar mostar ao GOG e ao Moacyr Luz (dois grandes artistas que admiro e que agora tenho um certo contato graças ao twitter!) resolvi postá-lo.

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D 20 ao Caveirão – Recebam o Estado!


Mãos ao alto!
De D-20 ao Caveirão!
Recebam o Estado!
Seu Instrumento de Opressão!

Há muito tempo que se vê o Estado nas vielas
Becos, ruas e favelas
Basta olhar abra a janela
Lá estão eles de sentinela
Ninguém mais se surpreende com esta real novela
Entre fracos, feridos e banguelas,
Grandes Escudos, Fuzis, Metralhadoras, não há trela
Dona Ana em sua casa acende mais um vela
Não quer se arriscar.. sair de casa ir até a capela
Abaixar de traçantes, rajadas, se esconder sob a passarela
Da ultima vez sofreu bastante, aquilo não é vida pra ela
Sua neta, alvo de bala de perdida e carrega ate hoje a seqüela
Presa numa cadeira de rodas, furaram sua costela
E Onde esta o Estado, e sua tutela?
Esquece! Só oferecem a policia, educação e segurança é pura balela
Posto de Saúde? É bom se contentar com as dicas do Dr. Dráuzio Varella
Seus direitos constitucionais? Cancela!
A realidade que aqui se vê nada de tem de bela
Pobreza, miséria, não são temas de nenhum vernissage, de nenhuma tela
Quadro pintado com poucas cores, sem as opções da mais infantil aquarela
Mundos que se parecem... Iraque, África, Haiti e Linha Amarela
Nada de conto de fadas, príncipe e princesas, vida de Cinderela
Só de for a parte que limpa o chão e aria panela
Vida difícil, vida de cachorro, no caso: de cadela
Destino de Donzela, já era, agora é prisioneira da própria vida estilo Rapunzel
Lá de cima vê apenas Blindados, armas em punho, feitos troféu
Elementos dessa história feitas por vilões pior que o Gargamel
Lá vem eles na entrada principal fazendo um escarcéu
Sirene ligada... Estouram a escala de Decibel
Treinados com o dinheiro do povo... fazem até técnica de rapel
Faz de cada dia a dia, um tribunal e cada morador um réu
Sem chance de defesa, feito na terra de Fidel
Eles batem, matam, esculacham, pensam que o limite é o céu
Tiram o manto da neutralidade, da segurança, rasgam este véu
Cada um assume, desempenha e sabe muito bem o seu papel
Do lado dos opressores, dos senhores, pra quem tiram o chapéu
Acatam suas ordens mais rápidos do que qualquer versador de Cordel
Enquanto isso Dona Ana lidera um protesto, fogo em pneu, no sofá, no tonel
Uma senhora de 70 setenta anos morreu com um tiro na cabeça, seu nome: Isabel
Furo feito por uma arma de grosso calibre, fabricação de Israel
Colocam em uns muleques, pintam o quadro que querem, são os donos do pincel
Forjam a prisão de quatro negrinhos que ouviam Funk dentro um Corcel
Na verdade colaboram com o crime, uma parte da linha de um grande carretel
Suborno, propina, presentes CV, TCP, ADA atacam de Papai Noel
São faces da mesma moeda, fodem o povo, parceria cruel
Fingem que são inimigos, mas no fim de cada ano estão em lua de mel
tomam café em Paris, desfilam na Champ Elisé, fotos do alto da Torre Eifel
Políticos da Burguesia, Banqueiro, Traficantes de Armas, o Capitão e o Coronel
Passam pela Holanda, prostitutas famosas, visitam cada Bordel
Relacionamento firme, inabalável. Fiel!
Todos juntos depois passam pela Suíça para receber pela “paz” o prêmio Nobel
Dona Ana queria uma vida simples, nada de luxo, tecnologia, processador da Intel
Tipo fim de semana no parque com a família, roda gigante, ir no carrossel
Rir um pouco, fazer a vontade dos filhos.. comprar algodão doce, pastel
Que sua filha parasse de batalhar a grana de motel em motel
Se vendendo, se humilhando, para ajudar no fim do mês com aluguel
Oferecendo seu corpo nas ruas ou quando tem “sorte” em um nobre coquetel
Preço tão barato quanto se vende no fim de feira laranja a granel
Já passou a noite com todos os poderosos, membros do cartel,
O chefe da boca, a polícia, o senador, o Juiz.. é quem diria, até o Bacharel
Todos em paz entre si, muito diferente do clima entre Caim e Abel

Enquanto isso Dona Ana escuta o que eles avisam pelo radio, celular ou Nextel
Eles tão chegando... vai virar o inferno, torre de Babel!

Mãos ao alto!
De D-20 ao Caveirão!
Recebam o Estado!
Seu Instrumento de Opressão!

31 outubro, 2009

Cara e Coroa [ parte 03 ]

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Devaneio total sobre Botafogo Futebol e Regatas, Leon Trotsky e Trotskismo
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parte final
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Sob o manto alvinegro começava a ver que todos os elementos referentes ao time da Estrela Solitária faziam um imenso sentido. Passava a entender que nada mais metafórico do que entender a força motriz da sociedade – a luta de classes – a partir da dicotomia do preto e do branco. Por mais que existam outras cores, outras classes, outras incríveis subdivisões chegamos quase sempre a disputa inconciliável do preto e do branco, do proletariado e da burguesia, a uma dicotomia - que alguns chamam mediocremente de mecânica – mais isso não passa pela opção marxiana, mas sim é imposta pela lógica colocada nesse sistema da propriedade privada dos meios de produção. Todas as cores, todas as classes vão se resumir na conjunção destas ou na ausência das mesmas: no preto e no branco.


E como explicar a tal estrela que ficava ali única, centrada no distintivo? Única como a saída apontada pelos bolcheviques. Única como a capacidade dos trotskistas de serem os únicos a levarem o movimento de massas à vitória perpassando os obstáculos dos aparelhos. A estrela desse modo representa a vitória das massas e única já que não cabe a tradição bolchevique aceitar as saídas generalistas de que outro mundo é possível, como se as opções fosse variadas. Para nós a situação está dada: ou socialismo ou barbárie. A saída é única e não nos cabe colocar uma cortina de fumaça sobre esta verdade inexorável. A estrela brilha sozinha, pois somente a vitória será plena com a revolução proletária mundial e a expropriação da propriedade privada dos meios de produção. Não é certo jogar pela confusão, é sempre mais revolucionário expor a verdade aos oprimidos, abrir-lhes o caminho da revolução.

Começava a transpor o terreno enlameado das hesitações e sentia que as certezas eram cada vez mais claras. O que pensar quando recordava que o maior entre todos aqueles que atuaram pela esquerda vestiu somente o preto e branco. A atuação dos heróis de Petrogrado residia naquela experiência. Reparem: Nilton Santos não aceitava que ele, enquanto responsável da ala esquerda, aceitasse passivamente o desenrolar do jogo se limitando a defender. Eis que um dia realizara movimento antes nunca observado: foi ao ataque. Era simplesmente uma mudança total daqueles que atuavam naquela posição canhota. O ataque era inimaginável e exclusivo dos que atuavam pelo centro, em um jogo quase sempre burocrático. Nilton negava esta premissa e começava a mostrar a todos que pela esquerda existia uma saída aberta para o ataque. Uma saída rápida contundente e que penetrava com êxito na defesa adversária. Ousaria alguém apontar uma única diferença entre tal prática e os bolcheviques nas jornadas de outubro?

Meus sentimentos iam se acalmando de forma espontânea a cada conexão finalizada. Era um movimento quase mágico que se desenvolvia e me trazia de novo para minha total existência. O que dizer então do fogo, elemento crucial para a dominação do homem sobre a natureza, elemento transformador da categoria principal da análise marxista: o trabalho. O que pensar quando recordamos que a primeira taça do clube de General Severiano era erguida em 1904 no mesmo momento em que os bolcheviques se preparavam para o movimento de 1905 – preâmbulo indispensável para 17. Separados por mares e quilômetros se levantavam para o mundo de forma quase simultânea.

Assim foram se erguendo, como vanguarda de dois movimentos. Em suas fileiras sempre os elementos mais destacados, não toda a massa. Não nos colocamos diluídos no movimento de massas. Dialogamos de forma permanente com todos guardando nossa independência e nossos princípios. Fazemos parte daqueles que se convencem através da experiência e não um grande contingente de massas disperso. Não há registro algum de um individuo que tenha nascido bolchevique. A opção política não é genética, inerente ao destino ou qualquer outra forma transcendental: é uma opção voluntária, uma opção material. É através da experiência política que as pessoas escolhem uma saída e lutar por ela. É dessa forma que elas escolhem o Bolchevismo. E não é em nada diferente com nossas outras escolhas. Nascemos vítima de um senso comum, do fatalismo avassalador da sociedade contemporânea, lançados em uma câmera hermética de opções dadas. Cristãos, monogâmicos, consumidores de Coca Cola, admiradores do samba da verde e rosa, defensores de uma moral familiar onipresente. E quem acha que tal fatalismo não recai sobre nossas opções desportivas? Seria ignorância plena recusar tal enunciado.

08 outubro, 2009

Cara e Coroa [ parte 02 ]

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Devaneio total sobre Botafogo Futebol e Regatas, Leon Trotsky e Trotskismo


Ali parei em busca de uma solução definitiva para este imbróglio. Resolvi pensar em cada detalhe, em cada hipótese colocada para não deixar brecha e nem vacilo algum em meu cerebelo. Era minha intenção uma solução hermética, incapaz de ser importunada por qualquer argüição. Então comecei. Antes de qualquer coisa precisava de elementos capazes de me situar naquele redemoinho de informações.

“Trotskismo!”. “Marxismo!”. “Meios de Produção!”. Pronto. Chegava até esse ponto. No Brasil a riqueza, os meios de produção, a burguesia capaz de formar seus próprios coveiros, estavam localizados em um eixo principal: Rio – São Paulo. Ali entre tais estados deveria estar obrigatoriamente minha agremiação futebolística politicamente correta. Tal opção consciente era um primeiro passo para conservar meus sentimentos de modo pacífico. Mas ora, existem tantas, quase inumeráveis equipes, clubes e grêmios recreativos. Resolvi pensar então que para os trotskistas não necessariamente é necessário que esteja em um grande partido de massas, mas é inegável que existe a necessidade de se incorporar de alguma forma ao movimento de massas. Aquelas organizações que não conseguem reunir mais de uma centena de adeptos a sua causa não passam de seitas histéricas que fazem da denúncia sua prática maior.

Limitava desse modo minha consciência grandes clubes que se ligavam pela Rodovia Presidente Dutra. Comecei então a pensar em cada um, me corroendo de receio de eu mesmo descobrir que estava errado. Receio que acabou comprovado sem razão, pois ali estava o começo de uma redenção para minha total existência, um início da linha de argumentos irrefutáveis que demonstrarei a seguir.

Descartei clubes identificados a elementos estranhos à tradição revolucionária. No Rio dois clubes já ficavam pelo caminho. Como conciliar uma atividade política com o nome de um colonizador Português? Ou ainda como seria torcer por um time cujo nome remetia a antiga região belga de Flandres colonizada pela Holanda, a mesma Holanda que por anos pilhou nossos irmãos pernambucanos? Não seria a mais alta bravata de todas!? Comprovava que tal feito não era possível, para minha imensa alegria. Em São Paulo, pensava em uma agremiação que carregava consigo uma propaganda perene de elementos religiosos, intermediários divinos em solo terreno, não! Seria demais! Restavam dessa forma cinco escolhas. Os dois times das três cores (três cores também eram as cores da grande revolução burguesa liberal ao final do século XVIII) estavam identificados com a aristocracia brasileira, sendo assim descartados de forma incisiva. O escopo da escolha diminuía para três. Ali residia meu futuro! Pois bem, me lembrei dos porcos de Orwell, metáfora de uma obra de envergadura mundial, que representava muito bem o totalitarismo soviético, os Processos de Moscou a partir da década de 30 que se afastava cada vez mais das concepções de Marx, Engels, Lênin e Trotsky na busca do socialismo. Não poderia adotar porcos no prosseguimento do meu caminho e concilia-los com uma concepção política metaforicamente definida como “anti-porcos”. Rejeito categoricamente a camarilha burocrática soviética e assim todos os seus símbolos e metáforas. Duas opções ficavam naquele momento. E para não me acusarem de ficar com a opção que restou, como se essa fosse detivesse menor mérito, a escolha entre as duas últimas opções foi feita de forma positiva. Não neguei alguma para escolher outra, parti do critério que escolhendo uma, a outra concorrente estaria automaticamente negada, e assim foi feito. Aqui cabe ressaltar, antes de dar prosseguimento, que não tenho dúvidas de que se essa fosse a metodologia utilizada no início de nosso processo investigativo o resultado final seria o mesmo. Frente as minhas escolhas restantes a tarefa era mais singela do que poderia imaginar.

Ao pronunciar os dois nomes das agremiações colocadas, fiquei entre a que incitava as massas a uma medida de rebeldia e outra opção que nada colocava para as massas a não ser um emaranhado de consoantes estranhos à fonética da Língua Portuguesa. Estava entre uma palavra de ordem que dialogava em certo sentido com os trabalhadores para que esses se sublevassem contra as normatizações legais de nossa sociedade e uma outra que confundia, que não se traduzia em atividade prática nenhuma. Minha escolha estava feita, mas a tarefa estava longe de ser concluída. Ainda restava justificativas que me assegurassem minha existência plena.

07 outubro, 2009

Cara e Coroa [ parte 01 ]

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Devaneio total sobre Botafogo Futebol e Regatas, Leon Trotsky e Trotskismo


Antes que me acusem de diletante forçoso no exercício de unir categorias diacrônicas busco salientar que a dimensão deste texto não busca o reconhecimento de quem quer que seja nem tão pouco a aceitação de normas epistemológicas mais sérias. A intenção restrita repousa em uma solução coerente para ilações que nunca foram muito convincentes as pessoas ao meu redor e que puderam compartilhar como tantos outros um aspecto marcante que carrego comigo: eu sou antes de qualquer coisa, ou melhor dizendo, a minha condição para ser, é que sou um trotskista alvinegro enaltecido pela magia de carregar uma estrela solitária e certo de que a classe operária através de suas organizações é única força motriz da sociedade capaz de direcionar a humanidade para longe da barbárie para seguir assim rumo a uma sociedade sem exploração.

O exercício destas linhas não teve sua aurora por agora. É certo que há pelo menos um decênio uma dúvida me assombrava de modo angustiante, fazendo com que por diversas oportunidades, eu me penitenciasse sem ser julgado por ninguém além de minha própria consciência confusa. Era possível ultrapassar um competente crivo marxista, e afirmar minha concepção política, tendo uma dedicação apaixonante por um clube de regatas e futebol? Estaria eu incorrendo em um erro de princípio ao deixar com que um escudo e sua prática no futebol atuasse como a mais categórica alienação das obras juvenis de Marx? Buscava eu – uma versão de Quixote carregando consigo uma foice e um martelo nas mãos e protegido por uma manta alvinegra, conciliar elementos contraditórios em sua essência? Ou ainda refletia sob uma outra perspectiva: seria eu digno de entoar o mais belo dos cânticos de Lamartine Babo sabendo que uma outra canção de A INTERNACIONAL acabava me fazendo tão efusivo quanto? Poderia eu comemorar um gol ao lado direito do Maracanã abraçando aquele que na segunda feira abre seus portões para extrair a mais valia da força de trabalho de milhares? Como tripudiar em cima de alguém, ameaçando a unidade de classe, depois de uma vitória efusiva se de fato somos todos contra os senhores?

E permito aqui confidenciar que penosa hesitação habitou horas incalculáveis de meus pensamentos. Buscava sempre uma resolução que me desse licença - sem ser onerosa a consciência - para manter vivo dois sentimentos incapazes de desaparecer voluntariamente de mim. Sentimentos que pareciam digladiar de forma constante em busca de uma simples primazia em minhas reflexões. Sentimentos que insistiam no ato perpétuo de buscar a supressão um do outro.

O caminho por onde seguia minha indecisão chegava ao ponto crucial dos caminhos literários: uma encruzilhada. Não era permitido avançar um passo sequer sem que renunciasse a qualquer um dos sentimentos, tendo ainda o pesado fardo consciente de que a renúncia significaria naquele momento mais do que o sepultamento de emoção tão pura, era mais do que isso. A renúncia significava a negação de parte da minha própria existência. A renúncia significava que aqueles com que por muito tempo debati e que algumas vezes convenci, acabavam sem esforço nenhum reafirmando todas aquelas estranhas posições por sobre as minhas. Não por eles, mas por mim mesmo, em uma disputa retórica inteiramente subjetiva e silenciosa.

Era estranho chegar até ali e me ver pensando em tudo isso. Talvez fosse mais fácil – e sim, seria! – lançar mão de uma sorte casual e decidir. Pronto. Decisão é decisão. Não cabe contestação. Mas não! Eu, marxista, convencido dos princípios da dialética materialista, refém da sorte? Talvez meu orgulho, o mais íntimo, na busca de uma ortodoxia inalcançável tenha me salvado de uma surda disputa entre a cara e a coroa!










06 outubro, 2009

Todo apoio ao povo de Honduras contra o Golpe!


Todo apoio ao povo de Honduras contra o Golpe! Restituição de Zelaya na presidência e Constituinte Soberana!

Passados mais de 90 dias do golpe de Estado contra o presidente de Hon­duras, Manuel Zelaya, dado para im­pedir a realização da consulta popular pela convocação de uma Assembléia Nacional Constituinte, a resistência do povo de Honduras e suas organiza­ções sindicais e populares não cessa.

É essa resistência, expressa em 15 de setembro, “Dia da Pátria”, por cen­tenas de milhares de manifestantes em Tegucigalpa exigindo a saída do gol­pista Micheletti, que possibilitou o re­torno ao país do presidente eleito que abrigou-se na Embaixada do Brasil.

Nesta situação, a condição para qualquer saída democrática e a favor do povo, é a recusa do Plano Arias (fabrica­do nos EUA) como base para um “acor­do” com os golpistas que têm as mãos sujas de sangue do povo hondurenho.
O governo usurpador decretou Es­tado de Sítio e não permitiu a entrada de uma delegação da OEA no país, para logo depois hesitar, pois até o congresso controlado pelos golpistas não deu seu aval.

Ao contrário de refrear o movi­mento de resistência - no qual jogam papel central organizações sindicais e camponesas - as medidas do Estado de Sítio, como o fechamento da Radio Globo e do Canal 36, e, depois, o de­salojamento dos 57 militantes que ocu­pavam o Instituto Nacional Agrário em 30 de setembro, reforçaram a determi­nação de luta contra os golpistas.

Estados Unidos e Brasil

A secretária de Estado de Obama, Hillary Clinton, quando do retorno de Zelaya a Honduras, declarou que a solução poderia estar próxima. Mas dias depois, o embaixador dos EUA na OEA criticou o retorno do presi­dente eleito ao seu próprio país como uma “aventura”. O imperialismo mais poderoso demonstra, no mínimo, uma incerteza que resulta em complascên­cia com o golpismo.

Por seu lado, o governo Lula respon­deu às ameaças de Micheletti, que exige a entrega de Zelaya, dizendo “não acatar o ultimato de um golpista usurpador de poder”. O representante do Brasil na OEA criticou duramente a inação da organização “que pode se tornar irrelevante”. O chanceler Celso Amorim, por seu lado, disse que “o Brasil é guardião do presidente legí­timo de Honduras”. Atitudes corretas.

Por isso tem razão as entidades (dentre elas a CUT e o MST) que convo­cam um ato de solidariedade contra o Golpe em Honduras, em 2 de outubro em São Paulo, quando se colocam “na defesa da embaixada do Brasil contra qualquer ataque ao presidente eleito Manuel Zelaya, aos ativistas e dirigentes que o acompanham, bem como contra qualquer funcionário da embaixada.”

A posição correta do governo brasileiro de apoiar um presidente eleito e deposto por um golpe em Hon­duras, contrasta com a presença de tropas brasileiras à cabeça da missão da ONU no Haiti, onde também o presidente eleito, Aristide, sofreu um golpe e foi expulso do país. Às vé­speras da renovação do mandato das tropas no Haiti por mais um ano em 15 de outubro, a defesa da soberania dos povos exige todo apoio à resistên­cia do povo hondurenho contra o gol­pe, da mesma forma que a retirada das tropas da ONU do Haiti.

Reforçar os laços de solidariedade
A Frente de Resistência em Hondu­ras, mesmo nas difíceis condições de repressão geradas pelo golpe que cau­saram mortes e prisões, convoca para 8 e 9 de outubro um Encontro Interna­cional em Tegucigalpa para reforçar a luta pelo retorno do presidente legítimo e a convocação de uma Assembléia Constituinte Soberana que atenda as reivindicações da nação oprimida (terra, justiça social, controle soberano dos recursos naturais), reivindicações que marcam as lutas dos povos no con­tinente contra a opressão imperialista.

Está claro que o protagonista princi­pal da situação em Honduras é a mobi­lização revolucionária do povo. A mais ampla Frente única está colocada para derrotar os golpistas e abrir a via para que o povo de Honduras tome em mãos seu próprio destino através de uma As­sembléia Constituinte Soberana.

Revolução e contra-revolução se enfrentam em Honduras e toda a América Latina está atenta ao que está em jogo. Derrotar o golpe em Honduras com a solidariedade ativa das organizações operárias e popula­res do continente é traçar a via para a União Livre de Nações Soberanas da América Latina em colaboração com os explorados e oprimidos dos Esta­dos Unidos e Canadá.

Sigamos mobilizados e preparados para dar continuidade a manifesta­ções de apoio e solidariedade à luta do povo de Honduras contra o golpe e pela Constituinte!

São Paulo, 1º de Outubro de 2009

Corrente O Trabalho do PT, seção brasileira da 4ª Internacional


Era só gente!

Há dias estou para escrever o texto que surgirá abaixo. Não existe nenhuma pretensão maior nesse exercício apenas externar aquilo que é guardado e muitas vezes não compartilhado.

Tempos atrás recordava com amigos os tempos idos e jamais esquecidos. Nessa ocasião voltava ao ano de 2000. E nesse desenvolvimento de apego as lembranças, de fatos, de ocasiões, eu me permiti pensar em algo maior.

Existem coisas, pessoas, e fatos que ocorrem despretensiosamente em nossas vidas, quase como um tropeço. Sem razão para começar e sem explicação ao findar, elas acontecem. Muitas das vezes faz questão de deixar marcas. Muita das vezes faz questão de que você leve consigo para todo o sempre um combinado de culpa por não ter aproveitado mais os momentos compartilhados e de saudade daquelas que não fazem bem.

Um sábado ou domingo não me lembro. Os raios do sol insistentes conseguiam atravessar em um primeiro plano as nuvens e depois na tarefa mais árdua, a fumaça que nasce em Volta Redonda, até chegar aos nossos olhos.

O cenário concretizado anunciava mais um grande dia. Como de costume estava à espera da carona marcada para trinta minutos antes. Talvez um chinelo no pé, uma bermuda folgada, um blusa larga, tudo para permitir consonância entre traje e espírito.
Já havia feito aquele trajeto algumas vezes sem nunca saber por qual caminho optar. A indecisão ao final: à direita ou à esquerda, já fazia parte daquele roteiro. Pois bem, Barra Mansa era nosso destino, superando qualquer rivalidade mítica dissolvida no primeiro gole de cerveja.

Destino alcançado. Era o início de uma lembrança perene. Carro estacionado, e depois do sempre complicado exercício de sair do banco de trás, quem nos recebia era um sorriso daqueles largos, encantadores e honestos. Um sotaque nortista nos acolhia como em festas de família. Estávamos ali. E ali era todo motivo para estar. Motivo para lembrar.

Ali, não tinha nada que outro lugar não possa ter. Não havia estrelas para mensurar o aconchego. Não havia sido alvo de criticas culinárias severas. Não havia critérios nem avaliações. Havia gente! Gente da melhor espécie. Gente que gosta de gente e que gosta da gente e gente que a gente gosta!

A razão de tudo aquilo, da alegria fixa em todas as faces, nos gritos e saudações, nos abraços e nos beijos, era a celebração de compartilhar aquela tarde. Cerveja, boa música, torresmo, cachaça, feijoada, artigos principais, mas que se escondiam timidamente perante toda harmonia presente. Risadas soltas e sinceras. Nos sentíamos ali tão a vontade que era nosso lar. A mais perfeita definição. Hoje na lembrança mais saudosa!!

A vida é mesmo assim. Quando estamos em dias especiais quase nunca sabemos. Amizade é um pouco assim. Não as escolhemos, por mais que diga o senso comum. Todos temos amigos, que carregamos com a gente que se nos fosse dada a escolha racional de dizer sim ou não, diríamos não. Mas as coisas acontecem. As pessoas nos escolhem. Amizade é algo que quase sempre só se consegue avaliar quando não a temos mais. A saudade e a ausência agem como jurados implacáveis na busca do lhe faz ou não falta. O que você gostaria ou não de ainda ter com você!

Meu finado avô, grande homem, me dizia que não adianta termos um sentimento e não compartilhar! Esse é o mais puro egoísmo! O que sinto e não compartilho é como se não sentisse! O que sinto e não compartilho é privar os outros de sentir! Dessa forma, esse devaneio em .doc é para uma família especial que carrego comigo no meu coração!!

25 setembro, 2009

ABAIXO A DITADURA GOLPISTA! ASSEMBLÉIA CONSTITUINTE!


ABAIXO A DITADURA GOLPISTA!
ASSEMBLÉIA CONSTITUINTE!

Madrugada de 22 de setembro: mais de mil policiais e militares, segundo testemunhos, se lançam com tiros de fusil e bombas de gás contra 5 mil pessoas que se postaram em frente à embaixada do Brasil, em Tegucigalpa, para proteger o presidente Manuel Zelaya que decidiu regressar a Honduras para fazer valer o direito de terminar o mandato presidencial para o qual foi eleito pela população.

Desde o momento em que Manuel Zelaya, presidente legítimo, voltou, a luta do povo hondurenho contra os golpistas tomou fôlego. Apesar da reação assassina do governo de Micheletti que ataca o povo, que prende, fere e mata, e que não duvida em agredir a Embaixada do Brasil onde Zelaya se refugiou, a movilização popular, inclusive utilizando barricadas, convocada pela Frente Nacional Contra o Golpe de Estado, se estendeu obrigando o regime a levantar o toque de recolher.

A ditadura que realizou o golpe contra Zelaya em 28 de junho passado, com o apoio dos comandantes do Exército hondurenho, dos partidos da oligarquia e, por trás deles, do embaixador norteamericano, busca manter-se no poder à custa de sangue e contra a vontade de todo um povo. Mas a realidade é que 7 dias antes do regresso de Zelaya, no dia da comemoração da “Festa Pátria”, o governo de Micheletti mostrou seu total isolamento da população.

Em 15 de setembro 500 mil trabalhadoras, trabalhadores, jovens, habitantes dos bairros pobres desfilaram ao chamado da FRENTE NACIONAL CONTRA O GOLPE DE ESTADO para comemorar a primeira independência deste país (1821) e para assinalar que estão por uma segunda independência, expressa na luta pela ASSEMBLÉIA CONSTITUINTE para impor instituições democráticas, para defender la soberania nacional. No mesmo dia o governo golpista só pode reunir 4 mil pessoas, fechadas num estádio de futebol, protegidas pelo Exército, muitas delas obrigadas sob pena de represálias no trabalho.

O povo hondurenho sentiu o regresso de Zelaya como uma conquista de um movimento que já dura 88 dias, com manifestações diárias, a maior parte das vezes ignoradas pela imprensa internacional interessada em promover o Plano Arias-Clinton, que significa o regresso pactado de um presidente sem poderes para “validar” eleições ilegítimas desde a origem, no mes de novembro.

O movimento ininterrupto das massas hondurenhas, como se vê nas ruas e se expressa nas declarações da Frente Nacional Contra o Golpe, busca o retorno de Zelaya à presidência para concretizar a convocação da Constituinte, e a punição dos culpados da repressão e do assassinato de populares.

Hoje, a sorte do povo hondurenho é a sorte dos povos da América Central, do continente inteiro e do mundo. É a luta pelo direito dos povos a decidir sobre seu próprio destino e a exercer sua soberania, por uma União libre de Nações Soberanas em estreita colaboração com os explorados e oprimidos dos Estados Unidos.
Deter a escalada repressiva contra o povo de Honduras é, ao mesmo tempo, enfrentar a ofensiva do governo dos EUA que hoje instala bases militares na Colômbia para ajudar as oligarquias locais a continuarem jogando seu papel de administradoras das grandes multinacionais, para derrotar o processo de resistência de todos os povos trabalhadores do continente e fazê-los pagar bilhões de dólares pelo custo da brutal crise do sistema capitalista.

A 4ª Internacional se pronuncia pelo mais amplo apoio em solidariedade ao povo hondurenho e participa, com suas seções no continente e no mundo, em todas as ações de frente única com as organizações de trabalhadores e organizações que se pronunciam pela defesa da soberania dos povos, contra a repressão, pela democracia, para realizar mobilizações e pronunciamentos em apoio ao povo de Honduras.

A 4ª Internacional diz:

-Abaixo a ditadura golpista!

-Libertação dos presos políticos, fim da repressão! Punição aos culpados!

-Zelaya Presidente, de forma imediata e incondicional!

-Assembléia Constituinte!

24.09.2009

21 setembro, 2009

Quando eras desejo


Quando eras desejo
(Eduardo Freitas)

Quando eras desejo em meu passado
Todo meu tempo era lhe esperar
Saudade habitava o pensamento
Não hesitava imaginar
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Presumir nossos laços
Apreciar seu encanto
A tal vontade, Desejo
Anseio de te dar meu acalanto
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Hoje sentimento se transforma em canto
Já que meu presente é com você
Já que minha vida não espera mais
A alegria de viver
--
Sou feliz ao seu lado
E deste modo quero padecer
Aliviar meu ais junto a ti
Nada mais posso querer